Ainda assim, sob essas circunstâncias, se houver uma vitória de Trump: espere mais e maiores tarifas, o que pode atrapalhar o comércio e ser inflacionário, e prejudicar “os setores de consumo discricionário, industrial e de tecnologia da informação”, na visão do UBS, a empresa de serviços financeiros. O Sr. Trump provavelmente conseguiria reduzir impostos e aumentar o déficit orçamentário, estimulando a economia, mas, novamente, aumentando a inflação — o que poderia levar a maiores taxas de juros. É provável que haja menos regulamentação, com setores como energia de combustíveis fósseis e serviços financeiros se beneficiando.
Se o Sr. Biden for reeleito, mas os democratas não controlarem o Congresso, o status quo continua. Espere maior regulamentação (embora a Suprema Corte tenha limitado os poderes regulatórios do poder executivo na sexta-feira) e impostos mais altos para pessoas e empresas ricas do que sob o Sr. Trump, junto com ordens executivas auxiliando “empresas dentro de indústrias, materiais e serviços públicos focadas em energias renováveis e eficiência energética”, de acordo com o UBS.
Uma vitória esmagadora dando o controle da Casa Branca e do Congresso para qualquer um dos partidos seria inesperada e poderia perturbar os mercados. O Sr. Biden pode ser capaz de realizar feitos legislativos que estavam fora de alcance. A probabilidade de aumentos de impostos sobre os ricos e sobre as corporações aumenta. A chance de resultados positivos para empresas de energia limpa aumenta, enquanto bancos e empresas de combustíveis fósseis terão mais dificuldades, ou assim diz o pensamento de Wall Street.
Uma vitória esmagadora de Trump seria o resultado mais perturbador de um ponto de vista puramente financeiro, porque ele poderia impor políticas que poderiam mudar radicalmente a maneira como os negócios são feitos e a vida é administrada nos Estados Unidos. O New York Times está cobrindo os planos em andamento para uma segunda administração Trump. Não vou entrar em detalhes aqui.
Nem uma vitória esmagadora de Trump – ou uma vitória democrata – “foi precificada nos mercados”, Antônio Saglimbeneestrategista-chefe de mercado da Ameriprise Financial, disse em um briefing para jornalistas. “Se acordarmos em 6 de novembro e parecer que temos um tipo de controle unipartidário do Congresso, eu esperaria que a volatilidade aumentasse.” Mas, ele acrescentou, os mercados provavelmente se recuperarão rapidamente. A história nos diz, disse o Sr. Saglimbene, que o mercado se concentrará novamente nas taxas de juros e nos lucros corporativos “assim que passar do ciclo eleitoral”.
